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Conheça a P1: O pesadelo devastador da Covid-19 que se espalha no Brasil

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Para especialistas as novas variantes apresentam potencial de transmissibilidade maior, embora ainda não seja possível comprar a gravidade. Foto: Arquivo / Pedro Conforte

Passado mais de um ano desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou no Brasil, um novo pesadelo surge: a descoberta de novas variantes do vírus, com transmissibilidade ainda maior, entre elas a temida P1.

No início de março, pesquisadores do observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertaram para a dispersão geográfica no território de ‘variantes de preocupação’, assim como sua alta prevalência nas três regiões do Brasil avaliadas (Sul, Sudeste e Nordeste). 

A descoberta da P1, identificada inicialmente no Amazonas, B.1.1.7, no Reino Unido e B.1.351, na África do Sul, acenderam o alerta justamente no momento em que o Brasil engatinha com a imunização e os quadros de contaminação se agravam.

Até esta sexta-feira (19), o número de infectados pela doença são quase 12 milhões, de recuperados são 10.383 milhões e de mortes são 290.314 mil. Segundo o Ministério da Saúde, a Covid-19 está presente em 100% dos municípios brasileiros.

Para o infectologista, epidemiologista e Mestre em Saúde Pública pela Fiocruz, Bruno Scarpellini, as novas variantes têm mais poder de transmissibilidade, mas que no entanto não há como detectar se são de fato mais graves ou letais.

"Essas novas variantes, inclusive a P1, tem uma característica de maior transmissão e ela perdura mais tempo. Outro ponto, é que não temos dados epidemiológicos pra dizer que essa variante causa doença mais grave ou é mais letal, isso a gente não consegue dizer"

Novas estratégias

O especialista aponta para novos caminhos e estratégias de imunização para outras faixas etárias da população. Para ele, o ideal seria a vacinação prioritária de pessoas das classes mais baixas e que as vacinas do Brasil são seguras para a novas variantes.

"O PNI precisa ser revisto porque ele deixou algumas classes de fora, que são as mais expostas como professores, bem como deixou de fora as marginalizadas, as que mais faleceram: homens, negros, de 50 anos, das classes C e D. Se a gente tivesse vacinação durante 24 horas, por sete dias da semana, provavelmente a gente aceleraria esse quadro de vacinação. A P1, ao contrário da variante sul-africana e da variante inglesa, é mais suscetível a anticorpos de infecção prévia e induzidos pela vacina. Então as vacinas que a gente tem hoje conseguiriam resolver essa questão da variante P1"

Questionado se há em curso uma nova perspectiva de mudança nas imunizações da população com a circulação das novas variantes, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que há qualquer iniciativa para mudar a faixa etária de imunização por conta da variante e que seguirá o Plano Nacional de Imunizações determinado pelo Governo Federal.

Sem levar em consideração as variantes em circulação, o Ministério da Saúde reforça que 'os grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19 estão estipulados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, elaborado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), seguindo critérios discutidos amplamente com especialistas', na época.

Em nota, a pasta vinculada ao Governo Federal, e que recentemente sofreu mais uma troca de ministro, afirma que o objetivo, com a indicação dos grupos prioritários, é imunizar pessoas mais vulneráveis aos casos mais graves da doença e profissionais de saúde que estão expostos no combate à pandemia, e que até agora a pasta já distribuiu mais de 25 milhões de doses da vacina para todos os estados e Distrito Federal.

Seugndo o MS, a previsão é que os brasileiros possam contar com mais de 500 milhões de doses da vacina até o final de 2021. Para que a distribuição de vacinas se concretize, o Ministério da Saúde alega depender da entrega do quantitativo de doses feita pelos laboratórios fabricantes. Esse cronograma de entregas, elaborado pelas empresas ainda pode sofrer alterações. À medida que o Governo Federal recebe mais doses da vacina, novos grupos serão contemplados.

Variantes

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Segundo a fundação ainda não têm sido observada uma clara associação dessas variantes com uma evolução clínica mais grave. Foto: Fiocruz / Divulgação

Para o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, a vigilância genômica e o monitoramento dessas variantes será fundamental para o enfrentamento da pandemia.

“O novo protocolo de RT-PCR oferece um retrato rápido da circulação das variantes para tomada de decisão no enfrentamento à pandemia”

A avaliação com esse protocolo será ampliada e repetida de forma sistemática para um monitoramento massivo das variantes e a vigilância genômica será complementada com o sequenciamento de amostras na Rede Genômica Fiocruz. 

Segundo a fundação ainda não têm sido observada uma clara associação dessas variantes com uma evolução clínica mais grave, mas estudos adicionais estão em andamento para esclarecer aspectos relacionados com o sequenciamento genético dessas variantes, bem com sua transmissibilidade e o real impacto dessas variantes na dinâmica de ocorrência da Covid-19. 

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